sábado, 19 de abril de 2008

Surtando com Camila



E agora que eu tenho certeza que você não é aquela, eu me descubro cagando um monte pra tudo isso. Porque você não é perfeita, mas a mulher idealizada é um puta de uma chata com frescuras e comentários sobre o novo corte de cabelo da Victoria Beckham. A gente briga até não agüentar mais por causa de coisas bobas e depois faz as pazes do jeito mais absurdo ou infatil possível. Porque a mulher perfeita é cheio de estripulias, mas eu detesto estripulias e adoro nosso jeito intenso de discutir e a nossas risadas cheias de inconformismos com a intensidade.
Eu sonhei sim com essa guria, que me levaria pra tomar sopas quentinhas em lugares com jazz e olharia para mim a noite toda achando que maior diversão no mundo não poderia haver. Mas você com essa sua mania de me colocar em chats com amigas bizarras e soltar uma ou outra piadinha infame me faz te odiar tanto e querer tanto a sua atenção. E me faz querer tanto você daqui a pouco, porque você não enjoa. Você me cansa demais mas não enjoa. E quando você me cansa eu realmente te trato mal, te meto a boca e falo barbaridades, eu que sempre odiei tudo isso, peço a Deus para que eu nunca desista de te odiar tanto assim, porque não pode existir ódio mais cheio de borboletas, notas musicais e passarinhos azuis.
Eu fico enjoado, e eu quero te xingar porque você já descobriu tudo o que me irrita e gosta de me ver assim. Mas quando qualquer outra coisa no mundo me irrita, eu lembro que eu tenho você pra me fazer sentir essa raiva nossa de sitcom inteligente. Não somos um casal de amigos melado, mas duvido que tenha alguém que duvide do nosso amor. Quer dizer, a gente duvida, mas a gente é louco.
E a mulher perfeita teria a maior paciência do mundo em me curar dessa loucura, e você tem a maior paciência do mundo em aumentar a minha loucura. Mas eu preciso da minha loucura para escrever coisas geniais e postar nesse blog.
A sua cara de que "não é comigo" vai muito bem com a minha máscara da agressividade que acredita que tudo é comigo. Nossa dança num baile de máscaras é eterna, porque quando eu peso a mão, você me faz voar. E quando você perde o chão, eu te dou um soco na cabeça pra ver se achato a sua alegria pra caber na minha. E você cabe de sobra na minha intensidade, e acaba que a minha neurose fria é o quentinho do teu abraço.
Te amar não é fácil Camila, é quase o anti-amor. É muito quase como se você nem existisse, porque só a mulher perfeita mereceria tanto sentimento. E eu te anulo o tempo todo dizendo para mim, repetindo para mim, o quanto você falha, o quanto você fraqueja, o quanto você se engana. E fazendo isso, eu só consigo te amar mais ainda. Porque você enterrou meu sonho aprisionado pela perfeição e me libertou para vivê-lo. E a gente vai por aí, se completando assim meio torto mesmo. E Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas, não teriam se cruzado.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Mentiras sinceras me interessam [?]

Tudo simplesmente acontece. Não há como fugir, negar, comprar o inevitável. Há, sim, como ignorá-lo, mas o preço geralmente é alto, pois não existe mentira tão perfeita que engane a si mesmo. É certo, também, que o mundo não é exatamente como a gente quer, que a sociedade é feita de aparências e que essas aparências são, quase sempre, 90% do que importa na história. Ou seja, vivemos em um mundo sustentado pelo irrealizado. Inevitavelmente, tudo acontece porque tem que acontecer e o que é real, irreal, verdadeiro, sonho, fantasia e fuga acaba esbarrando sempre na vontade pessoal de cada ser querer que tudo dê certo. Mas todos erram, por medo, tolice ou gosto. E apesar de todos saberem que errar é humano, ninguém quer assumir que errou, preferindo que a dor o consuma vorazmente num primeiro momento para, num segundo, ficar observando até onde o inevitável consegue chegar sozinho.

Se não conseguires pensar em nada de apropriado para dizer, por favor limita os teus comentários ao estado do tempo.